TY - JOUR AU - Guerin, Bernard PY - 2019/08/02 Y2 - 2024/03/29 TI - What do therapists and clients talk about when they cannot explain behaviours? How Carl Jung avoided analysing a client’s environments by inventing theories JF - Perspectivas em Análise do Comportamento JA - perspectivas VL - 10 IS - 1 SE - Artigos DO - 10.18761/PAC.TAC.2019.005 UR - https://www.revistaperspectivas.org/perspectivas/article/view/585 SP - 076-097 AB - <p class="p1">&nbsp;</p><p class="p2">Em um primeiro momento, esse artigo vai abordar três pontos: 1) as variáveis que modelam o que chamamos de questões de saúde mental estão “escondidas”; 2) nas terapias atuais é dominante o uso da linguagem como forma de modificar o comportamento, mas esse modelo já atingiu o seu limite; 3) quando somos solicitados a explicar nossos próprios comportamentos e não somos capazes de fazê-lo usamos outras estratégias discursivas comuns na tentativa de conseguir responder essa questão: mentalismo, abstrações, responder com outras questões, personificações, o uso emotivo da linguagem e distrações. Então, esses três pontos são usados para mostrar como a história da terapia tem levado terapeutas a usar essas estratégias discursivas. Desde o tempo de Freud e Jung, as terapias se desenvolveram e a sociedade ocidental mudou de tal maneira que as forças que modelam o comportamento das pessoas deixaram de estar na família e passaram a estar no contato onipresente com estranhos, burocracias e “outros generalizados”. Como as pessoas não poderiam facilmente observar ou falar sobre essas novas contingências sociais amorfas, terapeutas e clientes recorriam às estratégias discursivas do senso comum. Isso é ilustrado por meio da recontextualização de um dos estudos de caso do Jung para mostrar que as questões das clientes estavam nas situações externas (patriarcado) e não “dentro da sua cabeça” ou em um “arquétipo coletivo pertencente ao inconsciente coletivo”, que é uma das metáforas que Jung inventou para encobrir a sua inabilidade de articular com novas formas sociais de modelação pelas quais os seus clientes estavam passando. Adicionando nas novas e excitantes formas de terapias comportamentais mais analises dessas contingencias sociais escondidas, poderá se chegar em um ponto além do uso da linguagem para ajudar os clientes a mudarem os seus mundos. Para analisar e mudar as influências sociais escondidas do patriarcado, da economia, da política e da burocracia, os terapeutas devem aprender a reconhecer e analisar essas novas forças na vida das pessoas e então trabalhar com eles fora do setting terapêutico, ou dentro usando a linguagem, para mudar os seus mundos, como já acontece em algumas novas formas da terapia comportamental e da terapia feminista.</p> ER -