Para uma história da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) no Brasil: alguns fragmentos
DOI:
https://doi.org/10.18761/PAC.ACT.029Palavras-chave:
Terapia de Aceitação e Compromisso, História, ensaioResumo
Este artigo considera a trajetória conceitual da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e sua disseminação no Brasil. Descreve como a ACT foi pensada, num contexto fortemente influenciado pela Análise Experimental do Comportamento, como uma alternativa à Terapia Cognitivo-Comportamental. A ACT inspirou-se em estudos experimentais sobre controle verbal e seguimento de regras e na filosofia contextualista. Apresentado por Steven Hayes durante visitas ao Brasil, a abordagem foi adotada logo no início por alguns grupos de terapeutas comportamentais, que vislumbraram na ACT uma solução coerente para o trabalho com pensamentos e emoções. No entanto, faltava o aval da liderança ortodoxa da Análise do Comportamento, o que dificultava a divulgação da ACT fora desses pequenos grupos. Depois de duas décadas de pouca visibilidade, surgiu outra geração de terapeutas que conheceu a ACT em eventos internacionais e jovens pesquisadores que se interessaram pela Teoria das Molduras Relacionais (RFT), dando à ACT certa respeitabilidade científica. Impulsionado também pela demanda de uma nova leva de alunos em terapia comportamental, a ACT se consolidou no Brasil no cenário clínico nacional, diferente de, mas em diálogo com a Terapia Analítica Comportamental.